O craque Diego participou ontem do leilão beneficente da Fundação Abrinq,entidade que trabalha em defesa dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros. No leilão foram arrematadas 33 camisas esportivas doadas por grandes nomes do esporte brasileiro, como Pelé, Rivelino, Kaká,
Fonte:Diego10
O JOGO| Que balanço faz da época transacta, a sua primeira no futebol europeu?
DIEGO| Na generalidade considero que foi muito boa, mas podia ter sido excelente se tivéssemos vencido o campeonato. E digo que foi muito boa porque, apesar de todos os problemas, conseguimos conquistar dois títulos - a Supertaça portuguesa e a Taça Intercontinental -, e ainda acabamos o campeonato no segundo lugar, que nos permitiu qualificar directamente para a Liga dos Campeões. E tudo isso num ano atípico, num ano em que o clube teve três treinadores e mudou mais de cinquenta por cento do grupo de trabalho. Mas, apesar de considerar que a temporada foi positiva, temos de almejar muito mais para o próximo ano... Os nossos objectivos têm de ser ainda mais altos e, sinceramente, estou muito confiante para a próxima época
P| Como já referiu o FC Porto teve três treinadores na temporada passada e registaram-se muitas mexidas no plantel. Como é que o grupo de trabalho foi gerindo essa situação ao longo do ano?
R| Considero que essas mexidas acabam por ser inevitáveis numa equipa que teve um enorme sucesso, como foi o caso do FC Porto. Mas mais do que as mexidas no plantel, acho que foram as mudanças de treinador que realmente atrapalharam o crescimento da equipa. O grupo esteve sempre unido, o objectivo de todos passou sempre por vencer, mas a verdade é que a equipa por vezes não se entendia no campo por falta de entrosamento. Considero, no entanto, que essa situação é normal, até porque a maior parte dos jogadores eram novos no clube e ainda não se conheciam muito bem. Mas a qualidade do plantel do FC Porto é indiscutível, e estou certo de que com um bom planeamento vamos ser ainda mais fortes.
P| Mas vai haver novamente muitas mexidas no plantel para a próxima temporada, e até uma nova equipa técnica...
R| É verdade, mas os assuntos estão a ser tratados de uma maneira diferente. A equipa, na próxima época, vai crescer consideravelmente porque a maior parte dos jogadores já se conhece, já existe uma estrutura forte, enquanto na temporada transacta a equipa que já jogava junta há bastante tempo desfez-se completamente, e tivemos de começar tudo de novo. Para além disso, o planeamento tem sido muito bem feito pelo novo treinador.
P| Em algum momento da época, sobretudo nos mais complicados, se arrependeu de ter ingressado no FC Porto?
R| Não, em momento nenhum. Sinto-me muito feliz e muito realizado por estar em Portugal. Assinei um contrato válido por cinco anos, e não existe nenhuma possibilidade, pelo menos da minha parte, de abandonar o FC Porto neste momento, até porque a experiência no clube correspondeu às minhas expectativas. Para além disso, quero ganhar o campeonato com a camisola do FC Porto, pois senti que sendo campeão o dia-a-dia melhora substancialmente.
P| Não é normal o FC Porto estar dois anos consecutivos sem vencer o título. Para o ano existe essa obrigação?
R| Sem dúvida. Jogar num clube grande, no FC Porto, actual campeão do Mundo, obriga os jogadores a vencer sempre o campeonato, e temos consciência de que vamos ser cobrados por isso. No entanto, para mim, a conquista de títulos é fundamental para a carreira de um jogador, até porque é o que fica para a história, e é por isso que quero ser campeão no próximo ano. Felizmente já conquistei vários títulos com apenas 20 anos, alguns deles muito importantes, como são os casos do Brasileirão, da Taça Intercontinental e da Copa América, mas não quero ficar por aqui. Quero muito mais.
P| Mas vão ganhar o título?
R| Vamos lutar para ganhar. Não sabemos se o conseguiremos, mas de certeza que vamos estar mais fortes e entre os principais candidatos.
P| O que pode prometer aos adeptos tendo em vista a próxima época?
R| O máximo da minha disponibilidade e qualidade. Eu queria prometer o Diego das últimas partidas da temporada, mas isso também vai depender muito da forma de jogar da equipa. Relativamente ao colectivo, posso apenas prometer que vamos ser mais competitivos e que vamos lutar pelo título.
P| O FC Porto vai ter um novo treinador para a próxima época. O que conhece de Co Adriaanse?
R| Vi a equipa dele jogar na Taça UEFA, e gostei da forma de actuar do AZ Alkmaar. Sei também aquilo que as pessoas vão falando... Sei que é um treinador disciplinador e que combina com os objectivos do FC Porto.
P| Porque é que acha que a direcção do FC Porto optou por um treinador disciplinador?
R| Acho que os melhores treinadores do Mundo são todos disciplinadores... Essa é, na minha opinião, uma das características mais importantes num treinador. Até hoje só tive treinadores assim: Celso Roth, Emerson Leão, Wanderlei Luxemburgo, Carlos Alberto Parreira... E nunca tive nenhum problema com nenhum deles. Muito pelo contrário, sempre tive um grande sucesso, pelo que considero isso um bom sinal.
P| É um jogador que gosta de jogar com a bola no pé, de trabalhar as jogadas, mas o novo treinador é conhecido por ser adepto de um jogo mais prático e directo. Como acha que vai encaixar nessa realidade?
R| O que eu gosto mesmo é de participar nas jogadas ofensivas, quer sejam curtas, longas, pelas alas, ou pelo centro. Isso é uma questão de filosofia que não me preocupa, pois consigo adaptar-me a qualquer estilo de jogo. Também estou certo de que os jogadores do plantel se vão adaptar sem qualquer tipo de problema a essa nova filosofia.
P| Como se processou a adaptação ao futebol europeu, mais concretamente ao português?
R| No meu entender foi rápida e positiva. Foi uma mudança muito grande, tanto na vida pessoal, como na vida profissional, mas acredito que correu bem. Fui muito bem recebido pelos jogadores, pelos adeptos, pela direcção, e isso também me ajudou muito. Considero também que fui crescendo com o decorrer da temporada e que terminei a época em bom nível. Por isso as minhas expectativas para o que se segue são muito boas.
P| Porque é que o verdadeiro Diego só surgiu no final da temporada? Foi por falta de confiança dos companheiros de equipa nas suas capacidades?
R| Não, eu não acho. Acredito mais que dependeu da função que tive na equipa e da falta de entrosamento com os meus colegas. Dificilmente fizemos duas partidas com a mesma equipa durante grande parte da temporada, mas no final da época isso aconteceu, principalmente no meio-campo, o que é fundamental para o nosso rendimento, pois permite-nos ter um maior conhecimento das movimentações dos companheiros. Depois, nos últimos jogos, também ocupei uma posição que me beneficiou mais, em que estive mais activo na organização das jogadas. A equipa também melhorou e consequentemente também subi de rendimento. Ou seja, a minha subida de rendimento está relacionada com vários factores, e não dependeu apenas de mim.
P| No futebol europeu um médio-ofensivo também é obrigado a ajudar nas tarefas defensivas...
R| Estou muito melhor nesse aspecto, sobretudo porque já consigo dosear o meu esforço. A primeira função de um médio-ofensivo é criar jogadas, e se me desgastar muito na marcação acabo por não ter força para fazer aquilo em que sou mais útil. No entanto, hoje sinto-me um jogador mais experiente nesse aspecto, até porque já sei dosear muito melhor o esforço, defender e atacar com a mesma eficácia. No fundo, estou um jogador mais completo.
P| Mas foi difícil nos primeiros tempos?
R| Foi muito complicado, porque corria muito, e na maior parte das vezes de uma forma desnecessária. E depois ressentia-me disso ao longo da partida, não rendia. Mas, como já disse, sinto que estou completamente adaptado a essa realidade e mais forte.
P| Outro dos aspectos importantes no futebol europeu é a regularidade de um jogador ao longo da época...
R| É muito importante manter um bom nível, mas por vezes isso não foi possível durante a última temporada. Mudamos muitas vezes de sistema táctico, - utilizamos o 4x3x3, o 4x4x2 em quadrado, o 4x4x2 em losango - e talvez algumas dessas filosofias não tivessem funcionado. E eu, como parte integrante da equipa, ressenti-me disso mesmo. Mas nunca me escondi, procurei sempre assumir o jogo, porque sabia que isso era muito importante para mim e principalmente para a equipa. No futuro vou voltar a esforçar-me para estar sempre bem em todos os jogos, embora saiba que por vezes isso não é possível. E se isso não acontecer, o importante é que a equipa ganhe na mesma, pois não podemos estar todos os jogos a um nível muito elevado.
P| E em que esquema táctico se sente mais à vontade?
R| No FC Porto jogamos várias partidas em 4x3x3 e a equipa esteve muito bem. Mas no Santos, por exemplo, jogávamos em 4x4x2 losango e eu também joguei muito bem. Depende muito das características dos jogadores da equipa, mas eu consigo adaptar-me facilmente a qualquer tipo de sistema de jogo. Não tenho nenhuma preferência.
P| Certamente espera fazer uma grande temporada no FC Porto para estar presente no próximo Campeonato do Mundo...
R| Claro. Esse é um dos meus principais objectivos. A lesão no dedo atrapalhou-me um pouco e não pude estar presente na Taça das Confederações, mas penso que ainda vou ter muito tempo para mostrar que tenho valor para ir ao Mundial. Para além disso, as minhas passagens pela selecção, que já foram 14, entre elas a Copa América, foram sempre muito boas, pelo que acredito que tenho boas possibilidades de estar presente na Alemanha. Vou lutar para que isso aconteça, mas também sei que tenho de estar bem no FC Porto para ser convocado.
P| Há alguma coisa que consiga superar uma presença na selecção brasileira?
R| Acho que não... Estar na selecção é um orgulho muito grande. É uma sensação boa, diferente e muito especial, até porque a selecção brasileira é diferente de todas as outras.
P| E que avaliação faz da selecção portuguesa?
R| É uma equipa que tem crescido muito nos últimos anos e que neste momento tem alguns dos melhores jogadores do Mundo. É uma excelente equipa e um dos principais candidatos à conquista do título mundial. Sem qualquer dúvida...
P| Gostava de encontrar Portugal no Mundial?
R| Era bom, mas só porque isso queria dizer que tinha sido convocado. Mas defrontar Portugal seria uma situação diferente... esquisita mesmo. No fundo, iria jogar contra o que considero ser o meu segundo país, pois fui sempre bem recebido por toda a gente...
P| Mas perdia, certo?
R| (risos) Espero que não. Mas o melhor é não nos enfrentarmos. E se isso acontecer que seja na final.
P| Sentiu, em algum momento, uma responsabilidade acrescida por ter de substituir Deco, um ídolo para os adeptos e um dos jogadores mais marcantes da história do FC Porto?
R| Não, em momento nenhum. No meu anterior clube (Santos) também era um ídolo, assim como na selecção brasileira, e por isso já conheço essa realidade. O que eu sempre disse é que estava a ser contratado pela minha qualidade, e que não tinha vindo para substituir ninguém. Sei e entendo que essa comparação é inevitável para as pessoas, mas na minha cabeça isso nunca existiu. Sempre disse, e volto a dizer, que o Deco é um excelente exemplo, que fez um trabalho maravilhoso, e a minha intenção passa por trilhar o mesmo caminho de sucesso, mas nunca ser o seu substituto.
P| E sentiu responsabilidade por jogar com a camisola do vencedor da Liga dos Campeões?
R| Tenho e sinto responsabilidades desde que comecei a jogar futebol, com 16 anos, e vou continuar a ter sempre, porque a vida de um jogador de futebol é assim mesmo. Mas eu gosto de ser cobrado, isso não me atrapalha nada, até porque só exigem mais e melhor a quem tem qualidade. Ou seja, é bom sinal que eu seja cobrado.
Diego tem dividido as férias entre a praia de Santos, de onde é natural, e o descanso numa quinta em Ribeirão Preto, sempre na companhia da família. "Gosto de passar as férias sem grandes compromissos, sem qualquer tipo de stress. Venho para aqui para descansar e fazer aquilo que realmente me apetece. Ando sempre pela quinta ou pela praia, e também gosto de pescar e mergulhar", afirmou. Dentro dos relvados Diego gosta de infernizar a vida aos seus adversários, mas como será longe do ambiente dos estádios? "Sou muito brincalhão, bem disposto, e gosto de estar com os meus amigos, principalmente agora que não os vejo com tanta frequência. Também gosto de ir à praia, namorar, andar de jet-ski, jogar snooker... Enfim, gosto de fazer bagunça, até porque ainda sou um moleque (risos)". A forma de viver do povo brasileiro também é substancialmente diferente da realidade portuguesa. "Concordo, mas não consigo dizer se é melhor ou pior. Em Portugal, por exemplo, as pessoas não vão tanto à praia como no Brasil, não jogam futvólei, que é outras das coisas que eu adoro fazer... Nas ruas também não andam de bermudas e sem camisa. É diferente. Mas eu gosto da maneira de viver dos portugueses, e do europeu em geral, e nunca tive nenhum tipo de problema em me adaptar a este tipo de diferenças", rematou.
No último jogo da temporada, frente à Académica, Diego fracturou o quinto metatarso do pé esquerdo e encontra-se neste momento a recuperar da lesão, não se sabendo ainda se estará em condições de iniciar os trabalhos de pré-temporada com o restante plantel. "Felizmente tem melhorado muito, e ainda recentemente fui analisado pelo um fisioterapeuta que me disse que a evolução tem sido positiva. Também tenho tido muito cuidado durante as férias, até porque quero integrar os trabalhos da equipa logo na pré-temporada. Seria importante para mim. Mas, infelizmente, ainda não é certo que esteja a cem por cento quando iniciarmos a época. Neste momento, os médicos preferem que não me comprometa, porque neste tipo de lesões há sempre alguma incerteza relativamente ao tempo de recuperação. Talvez daqui a uns dias já consiga saber se vou estar disponível para iniciar a época", referiu.
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