Quando se defrontam o primeiro e o último classificado há pouca margem de manobra para surpresas. Foi o que aconteceu em Penafiel. O FC Porto passou todos os minutos a atacar e só pecou na finalização. Numa equipa mecanizada, e com Ibson em destaque, foi Adriano quem proporcionou a festa, ao fazer o único golo do jogo na marcação de uma grande penalidade. Foi justo
Está encontrado o campeão da época 2005/06. Sem surpresas, devido ao que fez ao longo de toda a prova, mostrando ser a equipa mais regular, consistente, espectacular e a que mais golos marcou e a que menos sofreu (até ao momento), o FC Porto já tinha uma mão no título a partir da vitória conseguida em Alvalade, perante o Sporting, mas ontem colocou as duas no troféu, numa demonstração inequívoca de superioridade apesar da vitória magra, que não expressa o que se passou dentro do campo. Mais dois ou três golos não ficariam mal. Este é o 21º título na história do FC Porto, o terceiro conseguido nos últimos quatro anos, o sétimo na última década e o 14º no reinado de Pinto da Costa. É também o primeiro título de Co Adriaanse em 26 anos de carreira. Juntar tudo isto teve um resultado espectacular: uma festa de arromba nas bancadas e até uma entrada precipitada dos adeptos no relvado quando faltavam ainda uns minutos para Augusto Duarte terminar o jogo. Alegria foi coisa que não faltou no Estádio 25 de Abril.
Não deixa de ser curioso que o FC Porto tenha conseguido matematicamente assegurar o título a duas jornadas do fim perante o último classificado e a primeira equipa a carimbar o passaporte da descida. Só esta constatação fazia prever que o jogo só podia ter uma direcção: a baliza de Nuno Santos, autor, ainda assim, de uma exibição espectacular, mas insuficiente para evitar a derrota, o resultado mais coleccionado em Penafiel. Mesmo que o desfecho tenha sido escasso, só deu FC Porto durante os 90 minutos, sobrando muito pouco do Penafiel. Por culpa da estratégia montada por Luís Castro, que dispôs a equipa em 5x3x2. Para não perder, portanto. Adriaanse agradeceu, mas nem precisava disso, porque joga sempre ao ataque. O treinador holandês optou pela solução óbvia para suprimir a ausência de Lucho: Ibson. E que bem o brasileiro jogou, protagonizando os melhores lances de ataque. Na primeira parte, Adriano alinhou na direita e Jorginho ao meio, pelo que o ataque perdeu alguma força devido à solidão do sul-africano, habituado a ter Adriano por perto. Ainda assim, houve algumas oportunidades desperdiçadas, com McCarthy em destaque nesse capítulo. Penafiel? Nada, tentava defender apenas. O intervalo chegou com mais duas oportunidades portistas e a sensação de que o golo ia aparecer a qualquer momento.
Adriaanse rectifica e ganha
Ao intervalo, o treinador holandês não efectuou substituições, mas rectificou o esquema. Adriano passou a fazer companhia a McCarthy, Jorginho descaiu para a direita e o FC Porto atacou como um rolo compressor. O Penafiel? Nada, tentava defender. O único golo do jogo chegou aos 47’. Ibson entrou na área e Nuno Diogo tocou-lhe no pé, embora de forma subtil. Há árbitros que não marcam estes penáltis, mas Augusto Duarte marcou. Adriano apontou o golo, o sexto em meia temporada, e as bancadas explodiram. O título estava materializado e sem risco de fugir. Porquê? Porque o Penafiel nada fazia e só defendia. Até ao final acumularam-se as oportunidades de golo para os portistas, só que Nuno Santos provou ser um dos melhores guarda-redes portugueses. Mais alguns golos, evitados por Nuno santos, traduziriam melhor a superioridade do FC Porto. As alterações efectuadas por Luís Castro após o golo portista não resultaram em nada. A resposta já foi dada nas linhas anteriores: o Penafiel só defendeu. Talvez esteja na altura de explicar o motivo: meio-campo portista, com Assunção, Meireles e Ibson a anularem qualquer tentativa de ataque do adversário, num esquema de jogo altamente rotinado.
O caricato da partida aconteceu quando faltava um minuto para o fim. Augusto Duarte marcou uma falta de Hugo Almeida e os adeptos entenderam o apito como o silvo final, invadindo o relvado. O jogo esteve parado 13 minutos e no reatamento jogaram-se mais três. A festa estava prestes a explodir e ecoou forte nos jogadores, treinadores e dirigentes do FC Porto. A liderança foi recuperada na 12ª jornada, após o Braga ter conseguido chegar ao primeiro lugar, mas depois disso os portistas nunca mais largaram o comando. Justamente.
Ficha de jogo
Estádio 25 de Abril | relvado: bom estado | espectadores: cerca de oito mil | árbitro: Augusto Duarte [AF Braga] | assistentes: Tomás Santos [AF Braga] e Celso Pereira [AF Coimbra] | 4º árbitro: Hernâni Duarte
Penafiel 0 - FC Porto 1
GOLOS [0-1] Adriano 47’
1 Helton GR
12 Bosingwa LD
14 Pepe DC
4 Pedro Emanuel LE
18 Paulo Assunção MD
6 Ibson MO
16 Raul Meireles MO
27 Alan AD 82’
28 Adriano AV
9 McCarthy AV 63’
17 Jorginho AE 72’
T: Co Adriaanse
99 Vítor Baía GR
3 Ricardo Costa DC
13 Bruno Alves DC
30 Anderson MO
25 Ivanildo AE 72’
11 Lisandro AV 82’
39 Hugo Almeida AV 63’
ESTATÍSTICA DO JOGO
FC Porto
20 remates
2 poste
8 à baliza
1 golos
11 fora
1 pequena-área
8 grande-área
11 fora da área
5% eficácia remate/golo
10 faltas cometidas
9 cantos
8 foras-de-jogo
Só faltou o Diego:
Estiveram todos em Penafiel. Não faltou ninguém - ou quase ninguém - à festa do título. Mesmo os jogadores que não foram convocados fizeram questão de assistir à partida numa das bancadas do Estádio 25 de Abril e juntar-se, no final do jogo, à festa que se lhe seguiu. Sokota, Sonkaya, Paulo Ribeiro, César Peixoto, Hélder Barbosa, Lucho González, Quaresma, Marek Cech, Hugo Marques… Estiveram todos, menos Diego. Mas na hora da festa, só contam mesmo os que nela quiseram participar, e foram esses, mais todo o elenco do FC Porto, presidente incluído, que começaram por festejar nos balneários, com uma enorme euforia sempre bem regada a champanhe. Co Adriaanse, por exemplo, cumprimentou todos os jogadores individualmente, agradecendo-lhes o contributo que emprestaram na conquista deste título; mesmo aos que ainda não participaram em nenhum minuto de competição, como é o caso do guarda-redes Paulo Ribeiro. Depois, já à saída dos balneários, o primeiro contacto com os adeptos após a conquista do título, ainda que à distância de uma boa dezena de metros e com um enorme muro a separá-los. A interacção foi grande e alguns jogadores chegaram mesmo a atirar t-shirts e… água, porque a noite estava quente em Penafiel, nem que fosse pelas fortes emoções vividas. Seguiu-se a entrada para a camioneta, a conta-gotas e travada pela multidão eufórica. Os jogadores prosseguiram a festa sempre em sintonia com os adeptos, mas ainda de calções, porque o banho ficou adiado para mais tarde, já no Estádio do Dragão. Abraços, sorrisos e muitos cânticos sempre comandados pelo samba dos brasileiros e o ritmo africano de McCarthy, um dos mais animados do grupo. Cerca de uma hora depois do términos do jogo, o autocarro seguiu finalmente rumo ao Porto, com os jogadores a continuarem a romaria no segundo andar, enquanto Co Adriaanse e o seu restante staff técnico mimavam o estômago com sandes e sumos no andar de baixo. Durante o trajecto, voltou a não faltar apoio, a uma festa que se prolongou pela noite dentro.
Fonte:OJogo
Imagens:Gettyimage
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